O Flow Games esteve com o Switch 2 em mãos na última semana e testamos seu poder de fogo, jogos de lançamento, funcionalidades do console, sistema e tudo que tem direito. Agora, com o advento dos PCs portáteis e um mercado diferente de quando o primeiro console chegou, será que ele ainda se sustenta como um bom console e uma boa opção?
E a resposta é sim, mas com alguns asteriscos. Ficou curioso? Veja a nossa análise completa abaixo!

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Design
Embora o Switch original tenha cumprido bem a sua função e servido como a vanguarda da onda de portáteis que começa a dominar o mercado, sua estreia também trouxe problemas que somente outras versões (ou outros portáteis) corrigiriam. A realidade é que ao lado do Switch 2, o primeiro portátil híbrido da Nintendo parece um brinquedo de criança.
Em contraste ao console de 2017, o Switch 2 oferece um visual muito mais premium e elegante, oferecido em uma única cor que é harmoniosa e, principalmente, feita de um material que não deixa muitas marcas de dedos ou gordura. O acabamento da carcaça é ótimo, o estande de apoio do console é muito melhor e, principalmente, os Joy-Cons 2.
Que, por falar neles, estão bem mais robustos: os analógicos ficaram maiores, os botões de face são mais confortáveis e o acabamento, no geral, é bem superior, incluindo os conectores magnéticos sem chance para erro ao se acoplarem no console ou nos acessórios (inclusive, o “controle cachorro”, o conector do Joy-Con 2, continua igual, a única diferença é o acoplamento magnético).
Além disso, os Joy-Cons 2 do Switch 2 mantêm o leitor de NFC para Amiibos, sensor de giroscópio, HD Rumble para feedback háptico e, dessa vez, traz o “modo mouse”, que permite que os controles sejam colocados na transversal em superfícies e funcionem similar ao PC.
Entretanto, há contrapontos. O design dos Joy-Cons 2 não são os mais ergonômicos por aí, os gatilhos não são analógicos novamente, os analógicos não possuem hall effect (e, portanto, podem apresentar drift no futuro). Há teorias de que isso ocorre pelo fato de o Switch 2 ter os conectores magnéticos e causar interferência, mas não sabemos por ora (o hall effect utiliza ímãs para funcionar).
Particularmente, também não gostei dos botões de ombro tão sobressalentes nas laterais quee, frequentemente, me fizeram apertar o botão L ou R enquanto jogava no modo portátil sem querer. Provavelmente eles são estendidos para funcionar melhor no modo mouse, mas, para mim, não funciona particularmente bem em nenhum dos modos.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Por falar nele, é algo legal e diferente o modo mouse do Switch 2? Sim! É confortável? Não. Por mais que a ideia seja bacana e funcione bem, a usabilidade não é das melhores: os Joy-Cons 2 são muito estreitos e o posicionamento dos botões para servir de mouse não ficam bem localizados. É um ponto positivo que a função exista, mas, ao menos por ora, parece uma firula não muito otimizada.
Testei o modo mouse do Switch 2 em um punhado de jogos compatíveis no lançamento e, por mais que seja uma vantagem competitiva, não me imagino usando com frequência pelo desconforto. Ao menos até mesmo o sitema funciona com o cursor e mouses externos funcionam bem (teclados também).
Isso não é algo que posso falar do Pro Controller 2 do Switch 2. Sua primeira versão já era um excelente periférico, mas sua segunda edição está ainda melhor: mais confortável, ergonômico, bateria igualmente duradoura, analógicos e botões bem mais refinados e suporte a NFC.
Já o dock não tem muito segredo: está mais elegante também, com visual arredondado, tampa removível para acesso às conexões e algumas portas padão, como 2 entradas USB-A, 1 USB-C, 1 entrada HDMI e 1 entrada para cabo Ethernet. Além disso, agora ele conta com uma ventoinha integrada, ideal para a parte térmica do console.
Além disso, eu tive zero problemas de qualquer nível com as temperaturas do Switch 2: não senti esquentar muito, não tive problemas com barulho de ventoinhas; ele sequer ficou morno a ponto de incomodar (talvez pelos Joy-Cons 2 serem “separados” do corpo do aparelho). Mas para ser honesto, sequer pontos mais “críticos” de temperatura esquentam e, no geral, apenas elogios.
Honestamente, o dock e o aparelho como um todo fazem o básico e bem-feito, mas adoraria ver mais portas USB-C, especialmente pelo suporte a novidades que falaremos em breve. Agora o que realmente mudou é o display do aparelho.
Tela
Por mais que a tela seja parte essencial do design do Switch 2, ela merece um tópico separado. Dessa vez, a tela é maior, com 7,9 polegadas, display de 120 Hz com suporte a VRR (ideal para frames variáveis) e até mesmo suporte a HDR, algo que o primeiro Switch nunca teve.
O material (ou a película do display) consegue evitar reflexos excessivos, o bezel é relativamente bom (embora poderia ser menor e dar um requinte ainda mais premium ao console) e, no geral, trata-se de um bom visor, com excelente brilho e cores. Mas… ainda está longe da qualidade de uma tela OLED.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Se você já teve a chance de jogar em um display OLED, seja no Switch ou Steam Deck, sabe o quão melhor é. O Switch 2 compensa com suporte a HDR, mas certamente faz diferença o downgrade que o novo console recebeu em relação ao modelo anterior.
Há outros pontos de atenção que também não me agradaram no Switch 2 no quesito “tela”. Por melhor que seja o display com 120 Hz, não há jogos neste momento para testar a funcionalidade (com exceção do Welcome Tour, a “demo paga” do portátil) e não sei se é algo que um console com esse poder de fogo necessita.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
A parte boa, entretanto, é que títulos podem rodar em 40 fps para aproveitar o visor com VRR (além de indies), mas teremos que esperar para ver como esse suporte vai funcionar a longo prazo. Contudo, não podemos ter a mesma esperança e tecer os mesmos elogios para o modo dock.
Por mais que seja muito bom ver o Switch 2 em 4K e 60 Hz ou 1440p e 120 Hz em TVs modernas (especialmente se for em OLEDs com HDR), há um pecado grande no suporte aos televisores. Infelizmente, embora a saída e o cabo HDMI do Switch 2 sejam HDMI 2.1 (que suportam até 4K e 120 Hz), não há compatibilidade com VRR para TVs.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Isso significa que, sem taxa variável, jogos com desempenho fluido (ou queda de performance) não têm compensação do sistema e TV para evitar sensações de engasgo – e jogos em 40 FPS para TVs de 120 Hz não são tão fluidos quanto poderiam. É estranho a decisão, já que a tecnologia existe no modo portátil e há suporte via cabo/entrada, então torcemos para que isso chegue em alguma atualização futura.
Sistema
Infelizmente, em termos de interface e sistema, o Switch 2 evoluiu pouquíssimo em relação ao primeiro. Na realidade, com exceção do Game Chat e dos ícones mais arredondados, a interface é praticamente idêntica – e isso se aplica a falta de funções, apps e mais.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
A Nintendo certamente sabe criar uma boa experiência, mesmo na simplicidade, com uma sonoplastia impecável, algo que vemos desde a época do Wii. Todos os sons são satisfatórios e tudo parece bastante responsivo (apesar de haver relatos de algumas unidades terem problemas na conectividade de fones bluetooth e Joy-Cons 2).
Por um lado positivo, o Switch 2 é direto e reto: baixe, instale ou coloque os cartuchos para jogar, sem muitas complicações. Por outro lado, o console da Nintendo carece de aplicativos, como YouTube e Crunchyroll (que até existem no Switch 1, mas não aqui) e outros aspectos mais modernos, até como alguns básicos, como temas.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Embora o Game Chat seja um avanço e haja aspectos surpreendentemente positivos, ele ainda traz “traços Nintendo” datados e controversos. Vamos começar pelo que funciona bem?
O Switch 2 finalmente tem um sistema de conversa por voz no próprio console, algo que dependia de um app no celular no Switch 1, e ele funciona bem e da maneira que você espera. O único contraponto é que agora você precisa inserir o seu número de telefone antes de começar a usar, um passo extra e chato no começo (e talvez para segurança parental ou algo do tipo).

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Na verdade, há um outro contraponto bem grave, mas em outro aspecto: o Game Chat será pago. Diferente do PS5, Xbox Series e PC (que sequer deveria entrar nessa comparação), apenas usuários que assinam o Nintendo Switch Online podem usufruir do Game Chat no Switch 2 – mas ele será gratuito até o dia 31 de março de 2026.
Em outro tópico, agora o Switch 2 também integra o uso de câmera nas conversas, caso você deseje. A câmera oficial é bem ruim, destrói cores, a resolução não é boa e, por ora, a função serve apenas para conversas em chat com vídeo (que faz um serviço bem ruim de remoção de fundo) ou em firulas de alguns jogos, como Mario Kart World – mas Mario Party Jamboree + TV terá funções de gameplay.
Porém, como tudo no Switch 2, esse é outro aspecto no pingue pongue de negativos e positivos, pois na contramão do que se espera, outras câmeras USB também funcionam no console: basta conectar e usar! Dado o histórico, é bem surpreendente. Além disso, fones e caixas Bluetooth funcionam bem e, assim como os jogos, há retrocompatibilidade com controles e acessórios do Switch 1.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Que tal outro elemento que teve zero evolução no Switch 2? Na verdade, quase zero: as capturas de tela e de vídeo. Embora agora registrem imagens e vídeos em até 1080p, ainda há a mesma limitação de gravar apenas 30 segundos e transferir o conteúdo funciona apenas através do app oficial do Switch, nada de conexão USB (ao menos, agora a galera permite filtrar vídeos e fotos).
Por ter um núcleo inteiro e 3 GB de memória RAM dedicados exclusivamente ao sistema, me parece quase como um desperdício de recursos. Ele é básico, com poucas funcionalidades e o que traz de novo não é exatamente algo digno de nota. Ao menos a usabilidade no Switch 2 é muito mais fluida e melhor que seu antecessor.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Outro aspecto que vale a menção, embora não seja algo exclusivo do Switch 2, é a dificuldade e entraves do novo sistema de “Cartões de Jogos Virtuais”. Se você dividia conta com algum parente ou amigo (algo que era oficial e divulgado no próprio site da Nintendo), terá dificuldades agora.
O Switch 2 requer uma validação de proximidade e causa muitos problemas para dividir jogos (além de impossibilitar a jogatina do mesmo jogo simultaneamente). O sistema de empréstimo de games virtuais também é interessante e seria similar ao que temos na Steam hoje, mas requer a aproximação física e a duração do “empréstimo” é só de 14 dias, algo bem distante da Família Steam e bem, bem ruim.

Imagem: Nintendo
Performance/Hardware
Por enquanto, o Switch 2 ainda possui uma gama de títulos pequena para aproveitar nativamente o poder de fogo no novo hardware. Mas como esses jogos desempenham? Como é a comparação com outros PCs portáteis e consoles da atualidade?
Em jogos facilmente comparáveis, como é o caso de Cyberpunk 2077 e Street Fighter 6, o Switch 2 dá um show. O DLSS é muito superior aos métodos tradicionais de upscaling, seja o TAA ou o FSR, e apresenta resultados bem melhores em qualidade de imagem.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
É difícil julgar pela falta de uma ferramenta de monitoramento de performance, mas canais especializados dão um panorama do que esperar: o Switch 2 parece bater, mesmo em desempenho de quadros por segundo, os melhores PCs portáteis da atualidade, como o Steam Deck e o ROG Ally (possivelmente perde para um MSI Claw 8 Ai, que roda Cyberpunk na mesma resolução e com ray tracing, mas é muito mais caro).
Além disso, títulos como Street Fighter 6, possui uma qualidade de imagem superior e até mesmo alguns elementos, como texturas e efeitos, melhores que os do Xbox Series S – a mesma coisa ocorre com Cyberpunk 2077. Entretanto, as versões de alguns títulos de Switch 2, como Hogwarts Legacy, Fortnite e mais, possui uma qualidade entre um PS4 Pro e um Xbox Series S, então varia caso a caso.
Para sair um pouco do “tequiniquês”, a tradução de tudo isso é que a experiência de jogar em um Switch 2 é surpreendente, satisfatória e com qualidade acima do esperado. Não imagino o portátil como um sinônimo longevo de “grande potência”, mas só de ver títulos AAA rodando com boa qualidade, mesmo que em 30 fps, dá uma noção do que esperar.
De qualquer maneira, para um portátil com especificações tão modestas no papel, o Switch 2 realmente entrega bem mais do que se imaginava. Ainda precisamos ver a longo prazo, especialmente por ele intersectar com a próxima geração de consoles de mesa, mas por ora é algo bem positivo, especialmente nos jogos first party.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
O que incomoda um pouco, no entanto, é que os seus “concorrentes” (embora em categorias diferentes e no ramo de PC) possuem suporte para tecnologias de geração de quadros, como o FSR 3, mas o chip da NVIDIA customizado utilizado pela Nintendo é da arquitetura Ampere, antes da Ada Lovelace, que introduziu o DLSS 4 com geração de frames.
A realidade é que pelo preço do Switch 2, mesmo sendo um bom custo-benefício e oferecendo boa performance, sinto que ele poderia ter ido um pouco além e ser mais “seguro contra futuro”. Em 2025, ano de lançamento do aparelho, a arquitetura Ampere já tem 5 anos de idade e, por mais que 12 GB de RAM funcione agora, pode ser um gargalo, especialmente por 3 GB estarem reservados ao console.

Imagem: CentroLeaks
Inclusive, essa própria decisão é estranha: por ser um sistema tão simples, 3 GB parece um exagero. Em comparação, o Xbox Series S possui 10 GB, com apenas 2 GB em velocidade menor exclusivo ao sistema – e tem sido fator de discussão sobre transmissão de dados e limitador, potencialmente o maior vilão para otimização de jogos.
Além disso, ainda são escassos os detalhes sobre o consumo energético do console, mas, aparentemente, mesmo no modo dock, o Switch 2 consome cerca de 15 a 16W de energia, um consumo muito baixo – o ROG Ally mesmo pode chegar a 30W para extrair mais potência. Não sei se a decisão é por limitações térmicas ou desgaste de peças, mas sinto que pode haver um poder extra a ser extraído em futuras atualizações.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Na parte de memória interna, o Switch 2 também oferece uma experiência mista. Apesar de 256 GB ser um salto enorme dos 32 GB do primeiro console e a velocidade ser bem maior do que seu antecessor, ainda é um salto modesto em tecnologia: nada de SSD, mas sim armazenamento UFS mais lento (bem mais lento). Além disso, dado o histórico do aumento de tamanho de games, 256 GB é um espaço muito, muito modesto. Honestamente? Esse é um grande ponto negativo.
Curiosamente, comparativos apontam que telas de carregamento são bem inferiores quando o jogo é executado direto de um cartucho de Switch 2, o que aponta em uma mídia com tecnologia datada. Mesmo no armazenamento interno, as telas de loading ainda são consideravelmente mais lentas que qualquer console ou PC portátil moderno.
Ao menos essa nova potência auxilia o Switch 2 a ter vantagens na retrocompatibilidade. Toda a biblioteca do primeiro portátil tem vantagens, seja em manter uma performance mais estável ou resolução dinâmica maior, oferecendo maior valor em jogar títulos antigos nele – inclusive, jogos quebrados, como Batman Arkham Trilogy, agora rodam bem.
Isso sem falar nos games com updates gratuitos (e pagos) que usufruem bem do novo poder de fogo. Zelda Tears of the Kingdom, Pokémon Scarlet/Violet, Mario Odyssey, Zelda Link’s Awakening e outros possuem diferenças claras como o dia e noite. Mesmo sem muitos títulos de lançamento, o Switch 2 oferece uma boa experiência para jogar pela primeira vez (ou rejogar) jogos mais antigos.
O ponto negativo para mim é o modo portátil não usufruir de uma experiência melhor. Como o Switch original tem um limite de 1080p no modo Dock, seria legal se no modo portátil do Switch 2 os jogos do seu antecessor rodassem como se estivessem no dock. Certos games, como Xenoblade Chronicles, Doom e outros possuem resolução muito baixa na forma portátil e são discrepantes.

Imagem: Digital Foundry/YouTube
Bateria
Hoje chega a ser cômico relembrar, mas na época do primeiro Switch, ter Zelda rodando no console e durando cerca de 3 horas de carga de bateria foi alvo de críticas. Agora, o Switch 2 chega em um outro momento, tanto de expectativas de carga de bateria quanto de games mais pesados.
Em nossos testes, jogos pesados, como Cyberpunk 2077 e Zelda Tears of the Kingdom (na sua versão de Switch 2), e com brilho no máximo, rendeu cerca de 2 horas e 10 minutos a 2 horas e 20 minutos. Em jogos mais leves, como de Switch 1, essa estimativa é de cerca de 4 horas – enquanto indies e títulos emulados do Switch Online podem ultrapassar a marca de 5 horas.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Poderia ser melhor? Poderia, mas a estatística é bem realista e à par do que esperamos de portáteis modernos. No geral, o Switch 2 se dá muito bem como portátil, embora sempre esperemos mais. Entretanto, no que ele realmente peca é na recarga.
Enquanto o jogo ainda está aberto, o tempo de recarga de bateria é bem, bem lento. Em 1 hora, apenas 27% da carga foi recuperada na tomada, enquanto 2 horas rendeu 43%. Com o console no modo de repouso, esse número aumenta bastante, carregando cerca de 44% em 1 hora, mas ainda é baixo.
O carregador do Switch 2 é de 60W, mas segundo as especificações técnicas o console puxa significativamente menos energia. Na tabela oficial, a Nintendo diz que carregar 100% da bateria com a tela desligada (ou seja, no modo de descanso) leva 3 horas, um valor que acho bem alto.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Ao menos no dock, que tem uma ventoinha e poderia mitigar parte do aquecimento, as coisas poderiam ser um pouco melhor.
Custo-benefício e concorrentes
Sabemos que o Switch 2 é seu próprio ecossistema, como um console e portátil proprietário da Nintendo, mas é impossível não tecer comparações no mercado atual e aquecido de PCs portáteis. Afinal, como ele se porta frente aos “concorrentes” do mesmo segmento?
O primeiro ponto é a performance: como já falamos, o Switch 2 se sai surpreendentemente bem, embora, no papel, tenha alguns componentes mais fracos e com clocks menores, mas sobressai em qualidade de imagem e, principalmente, em upscaling (tanto para portátil quanto para TV).

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Mas há dois aspectos que o Switch 2 peca nesse momento, um corrigível e outro não: a biblioteca de jogos, que deve aumentar com o tempo e ganhar ainda mais suporte para títulos antigos, e a falta de recursos como a geração de frames. De um modo geral, enquanto portátil, achei que seus “concorrentes” no ramo de PC dão um show a parte em desempenho e presets gráficos.
Por mais que Cyberpunk tenha um visual melhor no portátil da Nintendo, o ROG Ally e outros dispositivos possuem suporte ao FSR 3 ou ferramentas como o Lossless Scaling, se sobressaindo em desempenho com os recursos certos (e, no geral, melhor customização, presets gráficos e performance).
Entretanto, a precificação traz uma grande vantagem ao Switch 2. Sim, sabemos que R$ 4.500 é bem caro, especialmente ao bolso do brasileiro, mas trazer vantagens de desempenho bruto, melhor qualidade de imagem e outros benefícios por menos é bem interessante.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
O mercado de PCs portáteis é caro. Bem caro. Um Steam Deck só chega por meio de importação, mas um ROG Ally tem precificação na casa dos R$ 7 mil (e o Ally X sai por R$ 8,5 mil); um Lenovo Legion Go S sai por R$ 6 mil, enquanto o modelo anterior, o Legion Go comum, era ofertado por mais de R$ 8 mil.
O Switch 2 poderia ser mais barato. Ou ter ido além em suas especificações. Mas é inegável que, neste cenário específico de comparação, ele traz uma solução de bom custo-benefício.
Switch 2 vale a pena?
Após as confirmações das especificações e a revelação do Switch 2, eu ainda tinha dúvidas de como o console se portaria em 2025 frente aos consoles de mesa e PCs portáteis atuais. Entretanto, mesmo com desfalques e simplicidade, o novo portátil da Nintendo entrega muito mais do que eu imaginei.
Claro, há pontos de atenção que poderiam ser melhores: hardware e bateria poderiam ir um pouco além, mas, no geral, muitos dos defeitos (ou pontos negativos) do Switch 2 me parecem corrigíveis através de atualizações de sistema – algo que pode incluir até mesmo melhorias na duração da bateria.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
A filosofia da Nintendo parece estar intacta aqui, para bem e para mal. O Switch 2 não usufrui de uma interface moderna, apps e otimizações que esperamos atualmente, mas também faz o básico muito bem e consegue entregar uma experiência boa para quem busca jogos de alta qualidade.