Transições. Este é um termo extremamente famoso no audiovisual. Seja na parte técnica, de edição, como vemos em diversos virais aí nas redes sociais; com cenas que passam para outras de maneiras super criativas. Seja como um recurso narrativo. E este segundo significado está sendo bastante utilizado na segunda temporada da série de The Last of Us. Agora, é a vez de Ellie “se tornar um monstro”.
Mas vamos começar pelo começo. A primeira clara transição foi no Capítulo 3. Desde a mudança sutil e emocionante na abertura do episódio até o desenrolar da história em si, com Ellie assumindo um protagonismo que ela não tinha enquanto era apenas uma adolescente sendo protegida por Joel. Agora, segundo os próprios showrunners, quem comanda o show são ela e Dina.
Só que uma crítica que parte da comunidade tinha, pelos episódios 3 e 4, principalmente, era que Ellie não tinha aquele quê de revolta que fica tão característico em The Last of Us Part II. Inclusive, a mudança que faz com que a sua companheira fosse com ela nesta jornada dá à Isabela Merced mais destaque do que Bella Ramsey. Ou melhor, dava.
O Capítulo 5 da Season 2 de The Last of Us até começa no mesmo clima de romance e gravidez em meio ao que deveria ser uma jornada sanguinária de vingança, mas rapidamente (como tudo que acontece nele, aliás) as coisas dão uma guinada. Finalmente, chegou a hora de conhecer a Ellie que todo mundo esperava.
“Eu volto se você quiser, eu continuo se você quiser. Não tem resposta certa. Se eu morrer, é culpa minha, não sua. Então, o que você quer fazer?”.
A frase de Dina para Ellie, ainda no começo do episódio (e que abre o novo capítulo do podcast oficial da série), logo depois de elas verem alguns Serafitas mortos com requintes de crueldade – o que gera uma grande preocupação em Ellie com a gravidez de Dina – é quase uma passagem de tocha. A resposta vem, sem pestanejar muito: “Quero continuar”. E, a partir dali, ela toma as rédeas e vai pra dentro do problema.
A transição acontece na hora em que elas se veem rodeadas de infectados no hospital. Ellie manda Dina se proteger e vai encarar todo mundo – disposta a se sacrificar por sua amada e pela cria no ventre dela. Quase que tudo vai por água abaixo, mas, com uma bela transição em termos de edição, elas são salvas.
Quando Ellie olha para ver quem chega atirando e lhe dando a mão, há claramente um efeito para indicar que ela está imaginando ser Joel. Obviamente, porém, não poderia ser ele, que foi assassinado por Abby no Capítulo 2. Pouco depois, descobrimos que é Jesse – mas essa não é a única vez que a relação com Joel é usada como recurso narrativo neste episódio de The Last of Us.
De vítima à monstro: Ellie em The Last of Us
A outra é quando vem a transição definitiva de Ellie: de vítima para “monstro”. É claro, no confronto dela com Nora. A imagem abaixo, postada pela Max Brasil no X, fala por si:
Os bastidores mostram como este capítulo foi realmente visto como o primeiro grande passo da vingança de Ellie. Craig Mazin, showrunner do programa, revelou que todos no set ficaram impressionados com a atuação de Bella Ramsey neste momento – que lhe rendeu o apelido de “Baby Shark”. Não pelo personagem infantil, mas por ser realmente um pequeno tubarão.
“Acho que todo mundo, instintivamente, ama a Ellie e torce por ela — em parte porque ela é a protagonista. Mas não nesse momento. Aqui não dá. Ela faz algo terrível. O olhar no rosto dela, a transformação… Eu fiquei com medo da Ellie. Não gostei dela. Não queria que ela fizesse aquilo. Tem alguma coisa no olhar dela que parece morto, frio. Há uma ferocidade que só a Bella consegue evocar. É um contraste brutal com o que vimos no episódio anterior, quando ela estava celebrando o amor e a vida com a Dina”, disse.
Para quem queria mais brutalidade, parece que estamos no caminho certo. O próximo capítulo, provavelmente, até deve dar um respiro nisso pelo que vimos no teaser oficial, que mostra que ele trará os emocionantes flashbacks de Ellie com Joel, mas agora temos uma protagonista com sangue nos olhos em The Last of Us, como todo mundo gostaria de ver há mais tempo.
E já que estamos falando de transições aqui, é claro que vem mais uma bem importante, né? Aqui, é um chute, mas é possível que o Season Finale de The Last of Us termine com mais um cliffhanger e marque a possível mudança parcial de perspectiva narrativa para Abby. Algo que é realmente impactante no jogo e, certamente, também dará o que falar na TV.